19 de jun. de 2011

A Amizade Verdadeira e Genuína [Arthur Schopenhauer]

Do mesmo modo que o papel-moeda circula no lugar da prata, também no mundo, no lugar da estima verdadeira e da amizade autêntica, circulam as suas demonstrações exteriores e os seus gestos imitados do modo mais natural possível. Por outro lado, poder-se-ia perguntar se há pessoas que de fato merecem essa estima e essa amizade. Em todo o caso, dou mais valor aos abanos de cauda de um cão leal do que a cem daquelas demonstações e gestos.
A amizade verdadeira e genuína pressupõe uma participação intensa, puramente objetiva e completamente desinteressada no destino alheio; participação que, por sua vez, significa identificarmo-nos de facto com o amigo. Ora, o egoísmo próprio à natureza humana é tão contrário a tal sentimento, que a amizade verdadeira pertence àquelas coisas que não sabemos se são mera fábula ou se de fato existem em algum lugar, como as serpentes marinhas gigantes. Todavia, há muitas relações entre os homens que, embora se baseiem essencialmente em motivos egoístas e ocultos de diversos tipos, passam a ter um grão daquela amizade verdadeira e genuína, o que as enobrece ao ponto de poderem, com certa razão, ser chamadas de amizade nesse mundo de imperfeições. Elas elevam-se muito acima dos vínculos ordinários, cuja natureza é tal, que não trocaríamos mais nenhuma palavra com a maioria dos nossos bons conhecidos, se ouvíssemos como falam de nós na nossa ausência.


Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

4 de jun. de 2011

Nada acontece por acaso...

É nisso que acredito...
Nesse dia em que ainda sinto o coração apertado pela partida prematura (do meu ponto de vista) do Diego Andrade, amigo querido que muito me alegrou (com as músicas, com seu jeito de ser), assisto um episódio de um dos meus seriados favoritos, o "Criminal Minds", segundo episódio da sexta temporada, em que a J.J. está se despedindo dos colegas para trabalhar em outro lugar...
Ao final do episódio ela fala o que transcrevo a seguir e que cabe perfeitamente ao momento. Acredito que o Diego estaria dizendo algo bem semelhante:


J.J. diz: “Sou muito grata pelos anos passados com essa família. Por tudo o que compartilhamos, por todas as chances que tivemos de crescer. Vou levar o melhor deles comigo e seguir como exemplo onde quer que eu vá. Sinceramente, isso não é o que eu quero, mas vou pegar a estrada...
Talvez porque eu encare tudo como uma lição, ou porque não quero andar por aí com raiva... Ou talvez porque finalmente entendi que há coisas que não queremos que aconteça, mas temos que aceitar. Coisas que não queremos saber, mas temos que aprender... e pessoas que não queremos perder, mas temos que deixa-las ir...

Sinto muito que tenha partido, mas sou feliz por ter feito parte da tua vida!
Fique em paz!