14 de mar. de 2013

Fazer Terapia [Karina Romera de Carvalho]

Ao dividir e compartilhar um problema com um terapeuta acontece o alívio da carga emocional e seu sofrimento.

Esse vínculo estabelecido tem poder curativo, pois é mais fácil superar muitas coisas mediante uma relação autêntica de respeito mútuo do que sozinho.

A psicoterapia faz o sujeito parar para refletir sobre a própria vida e quando fazemos isso permitimos muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e aprofundamento de nossas experiências.

O psicoterapeuta vai ajudar a perceber as coisas sob outros ângulos, outros pontos de vista, que o paciente ainda não tinha visto antes e muitas vezes nem suspeitava ser possível.

Fazer terapia é descobrir a si mesmo, é entrar na mais profunda verdade de si, é conhecer melhor seus pais e todos aqueles que tiveram influência na sua vida.

É compreender muita coisa de si mesmo e dos outros ao seu redor. É entender comportamentos e mergulhar num universo até então misterioso que você nem dava conta que existia.

O terapeuta ajuda a entender, minimizar e resolver conflitos, medos, traumas, pânicos, depressão, estresse, tristeza, confusão, desespero, desesperança... 

Muito é desembaralhado, quebra-cabeças são montados, mas para que tudo caminhe a pessoa precisa querer e estar aberta às mudanças.

Como dizia Freud, psicoterapia é a cura pela fala.

A psicoterapia deve proporcionar uma oportunidade para o paciente expressar emoções, reviver e revisar experiências passadas, percebendo as repetições no presente e encontrando novas formas de agir. Deve-se procurar o entendimento no que está acontecendo agora, traçar metas e buscar alternativas para modos problemáticos de pensar, agir e comportar-se.

A terapia deve proporcionar a oportunidade para novas aprendizagens por meio da exposição da situação, ideias, sentimentos e comportamentos que provocam ansiedade, fazendo com que o paciente supere seus medos e hesitações.

É indispensável o reconhecimento por parte do paciente, da necessidade de mudança e de um esforço pessoal para conseguir os resultados desejados.

A terapia busca os pensamentos racionais, a reflexão racional, para não cairmos nas armadilhas da nossa mente ou das nossas emoções.

Não adianta mudar o exterior. Se você não muda o seu pensamento a sua vida continua a mesma coisa.


[Fonte]

12 de mar. de 2013

8 MANEIRAS DE DESMASCARAR UMA MENTIRA

Conheça sinais corporais que sugerem dissimulação e tipos de engano


Uma pessoa conta, em geral, três mentiras a cada dez minutos. É o que afirma o estudo realizado por Robert Feldman, professor de psicologia da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, e autor do livro "Quem é o mentiroso da sua vida?". A pesquisa indica que recorrer a inverdades é questão de hábito e uma forma de manter o bom convívio social.
O especialista em segurança eletrônica e autor do livro "Mentira - um rosto de muitas faces", Wanderson Castilho, reforça o coro. Segundo ele, é praticamente impossível um ser humano viver em sociedade sem usar a ferramenta da mentira em algum momento da vida.
"Quem diz que nunca mente está mentindo. Há muitos motivos para mentirmos, entre eles quando somos movidos pela vergonha ou pelo orgulho. Em outros casos, é provável que mintamos para atenuar o impacto que a verdade teria. Ou seja, mentimos para evitar magoar pessoas com quem nos importamos, ou para evitar situações embaraçosas", explica o profissional, que foi o primeiro brasileiro certificado pelo Instituto de Treinamento em Análise de Comportamento (Behaviour Analysis Training Institute - BATI), em San Diego, EUA.

TIPOS DE MENTIRA

Em seu livro, Wanderson Castilho afirma que nos relacionamentos amorosos as pessoas mentem mais quando há preocupação e desconfiança em excesso por parte do outro. Para ele, a insegurança gera desconforto e dificuldade em revelar a verdade. A obra ainda aponta que flertes e atração por outras pessoas, contatos e amizades, nível de comprometimento, fantasias sexuais, traição, satisfação sexual e aparência também são assuntos que o casal costuma esconder do parceiro.
Já no ambiente de trabalho, o especialista aponta que as mentiras mais comuns são relacionadas a atrasos, trabalhos não realizados ou aptidões exageradas.
"Realizei cerca de duzentas entrevistas com diversos tipos de pessoas, e a partir daí estabeleci perfis e comportamentos típicos de mentirosos. A conclusão foi que homens e mulheres mentem na mesma proporção. Enquanto as mulheres tendem a mentir fazendo referência a acidentes ou fatos tristes de suas vidas, os homens costumam contar vantagens. Muitos aumentam ou inventam feitos profissionais, pessoais e sexuais", avalia o especialista.
Há quem acredite que algumas mentiras são necessárias para manter o convívio social. Em alguns casos, recorrer a dissimulações pode ser considerado sinal de educação, já que muitas vezes a verdade nua e crua tende a ser interpretada como grosseria. Inclusive existe um termo para quando a realidade é deturpada sem malícia, são as "mentiras brancas".
Para Wanderson, a mentira é, para a mente humana, uma grande arma de preservação social. "Do ponto de vista psicológico, a mentira é um ato instintivo de preservação, tal qual a dor ou a febre são do ponto de vista fisiológico. Sem ela a sociedade entraria em colapso. Imagine um marido que tem muitos amigos e habitualmente toma as decisões sobre como usar o tempo livre. Se a mulher não quiser acompanhá-lo poderá recorrer a uma desculpa qualquer, como trabalhar até mais tarde, para se livrar do compromisso, sem magoar quem ama", exemplifica.

A MENTIRA É APRENDIDA NA INFÂNCIA

As técnicas de dissimulação geralmente são aprendidas pelas crianças desde cedo. Um exemplo é quando os pais repreendem a frustração demonstrada pelo filho ao receber um presente que não o agradou. Os responsáveis costumam obrigar o pequeno a agradecer, quando notam algum desapontamento na criança. E isso pode ser considerado uma forma de estimular a mentira social.
"Nada justifica uma mentira, seja qual for a sua intenção. E as crianças precisam ser ensinadas a sempre a dizer verdade. Este aprendizado acontece progressivamente ao longo da infância e os pais são os principais mestres. Os filhos se espelham muito mais em suas atitudes do que em suas palavras. Pais que usam sempre da verdade, que assumem a responsabilidade por aquilo que fazem e dizem, criam filhos responsáveis e éticos. Só se ensina aquilo que se é", aconselha Wanderson.

RECONHEÇA UMA MENTIRA

De acordo com o especialista em segurança eletrônica, poucas pessoas estão preparadas para identificar um mentiroso no dia-a-dia. É preciso treinamento e prática para melhorar a capacidade de "ler" os sinais da mentira. O profissional ensina que para reconhecer uma dissimulação da verdade é preciso entender o comportamento padrão da pessoa, prestar atenção no que ela diz, nos pequenos movimentos do rosto (micro expressões faciais), no corpo e nas variações do tom da voz.
"Nosso cérebro não aceita a negação. Quando a pessoa mente, está negando a verdade, e alguma parte da sua expressão facial ou do corpo vai denunciá-la. Aspectos como frequência do piscar de olhos, uso das sobrancelhas para dar ênfase a alguma parte da conversa, posição das mãos e das pernas, rigidez do ombro, e aspecto da testa e da boca são alguns exemplos de atitudes que podem denunciar a mentira", ensina o especialista.
Para ajudar você a identificar um mentiroso, Wanderson Castilho listou abaixo 8 dicas simples de observação. Confira:
  • 1Lábios: morder ou lamber os lábios pode ser um forte indício de mentira.
  • 2Voz: quem mente fica com as cordas vocais mais esticadas que o normal, deixando a voz mais fina e fraca. Para compensar, a pessoa tenta falar mais alto.
  • 3Olhar: o mentiroso desvia o olhar enquanto conta a sua mentira e depois passa a olhar atentamente, querendo observar se conseguiu enganar.
  • 4Secura: em função de uma reação da adrenalina, o mentiroso fica com a garganta e boca secas, sendo comum se engasgar ou engolir seco.
  • 5Encobrir parcialmente a boca: traduz uma vontade de amordaçar-se. Tende a ser um gesto rápido, porque exprime um conflito: uma parte do mentiroso não quer calar-se - e sim continuar com a sua mentira.
  • 6Tocar o nariz: em momentos de tensão a sensibilidade da mucosa nasal aumenta. Assim, ao mentir, o nariz coça, embora possa ser uma sensação tão suave que mal se perceba.
  • 7Ombro: erguer levemente um dos ombros.
  • 8Expressão facial falseada: quando somos genuínos, usamos os músculos faciais certos para expressar uma emoção. Num sorriso moderado e falso, não aparecem os pés de galinha, as bochechas não são levantadas e os olhos ficam menos apertados. Num sorriso real, mais músculos são utilizados e a pálpebra superior dobra-se um pouco sobre os olhos.
Se ainda assim não conseguiu identificar uma mentira, experimente fazer o contrário: estimule o interlocutor a falar a verdade. A dica é estabelecer proximidade na conversa. Segundo Wanderson, quanto mais próximo você estiver fisicamente, mais dificuldade a pessoa terá de mentir.