29 de mar. de 2009

Antes idiota que infeliz ( Arnaldo Jabor)


...." Uma vez Renato Russo disse com uma sabedoria ímpar: "Digam o que
disserem, o mal do século é a solidão".Pretensiosamente digo que assino embaixo sem dúvida alguma. Parem pra notar, os sinais estão batendo em nossa cara todos os dias.

Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais
micros e transparentes, danças e poses em closes ginecológicos, chegam sozinhas e saem sozinhas. Empresários, advogados, engenheiros que
estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos.

Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dance", incrível. E não é só sexo não, se fosse,era resolvido fácil, alguém dúvida?

Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho sem necessariamente ter que depois mostrar performances dignas
de um atleta olímpico, fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormirem abraçados, sabe essas coisas simples que perdemos nessa marcha de uma evolução cega. Pode fazer tudo, desde
que não interrompa a carreira, a produção.

Tornamos-nos máquinas e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós.

Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada no site de relacionamentos ORKUT, o número que comunidades como:

"Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a
desesperançada "Nasci pra ser sozinho!" Unindo milhares ou melhor milhões de solitários em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis.

Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento e
estamos a cada dia mais belos e mais sozinhos. Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário, pra chegar a escrever essas bobagens (mais que verdadeiras) é preciso encarar os fantasmas de
frente e aceitar essa verdade de cara limpa.

Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia é feio,
démodé, brega.

Alô gente! Felicidade, amor, todas essas emoções nos fazem
parecer ridículos, abobalhados, e daí? Seja ridículo, não seja
frustrado, "pague mico", saia gritando e falando bobagens, você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais (estou muito brega!),aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso à dois.

Quem disse que ser adulto é ser ranzinza, um ditado tibetano diz
que se um problema é grande demais, não pense nele e se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele. Dá pra ser um homem de negócios e tomar
iogurte com o dedo ou uma advogada de sucesso que adora rir de si mesma por ser estabanada; o que realmente não dá é continuarmos achando que viver é out, que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo ou que eu não posso me aventurar a dizer pra alguém: "vamos ter
bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida".

" Antes idiota que infeliz"
( Arnaldo Jabor)



Balada do Louco (Os Mutantes)


Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz

Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu

Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, eu sou feliz




Composição: Arnaldo Baptista / Rita Lee

28 de mar. de 2009

Doce Mel (Xuxa)

























Bom estar com você

Brincar com você
Deixar correr solto
O que a gente quiser

Em qualquer faz-de-conta
A gente apronta
É bom ser moleque
Enquanto puder

Ser super humano
Boneco de pano
Menino ou menina
Que sabe o que quer

Se tudo o que é livre
É super incrível
Tem cheiro de bala, capim e chulé

Doce, doce, doce
A vida é um doce
Vida é mel
Que escorre da boca feito um doce
Pedaço do céu

20 de mar. de 2009

Não Gruda, Não Cola [Calcinha Preta]


Não quero mais você

Sai, sai, sai, sai, sai, sai
Pisou na bola
Pode me esquecer

Vai, vai, vai, vai, vai, vai
Eu era toda sua quando a gente se encontrava
Eu passava a noite te fazendo mil loucuras
Nunca falei que ia te dar o meu amor
Não tenho culpa se você se apaixonou
Quem mandou abrir seu coração, comigo não
Quer levar a sério essa paixão
Não, não, não quero acreditar
Você era pegador
e agora quer casar
Não, não, eu só quero ficar
Eu brinquei com você e não quero me amarrar


Goze a vida!


9 de Copas
Goze a vida!

O 9 de Copas emerge como arcano de conselho neste momento de sua vida, Geniana. Trata-se de um aviso para que você possa gozar melhor os prazeres da vida, permitindo-se situações e encontros que lhe proporcionem felicidade. Você merece, após tantas coisas, passar por uma fase de satisfação do ego. Divirta-se! Procure, neste momento, afastar-se voluntariamente das coisas e pessoas que lhe causam desprazer. Estimule tudo o que lhe parecer satisfatório, principalmente no que diz respeito à satisfação dos sentidos: as coisas belas, gostosas, estimulantes. Observe também que, quando nos colocamos na direção da felicidade, muitas pessoas tentam nos dar opiniões insolicitadas, nem sempre com más intenções, que – se ouvidas – nos afastam dos nossos verdadeiros objetivos. Confiança, portanto, em sua própria intuição!

Conselho: Procure se dar prazer sem culpa. Curta a vida!

17 de mar. de 2009

Carl Rogers


“As pessoas são tão belas
quanto um
pôr-do-sol quando as deixamos ser.

De fato, talvez possamos apreciar um
pôr-do-sol justamente pelo fato de não
o podermos controlar.

Quando aprecio um pôr-do-sol não me
ponho a dizer: Diminua um pouco o
tom de laranja no canto direito, ponha
um pouco mais de vermelho púrpura
na base e use um pouco mais de rosa naquela nuvem.

Não faço isso. Não tento controlar
um pôr-do-sol. Olho com admiração
a sua evolução.”


12 de mar. de 2009

E já que eu estava falando em estrada, veja que interessante!

Pontos de vista de George Carlin sobre envelhecer

Você sabia que a única época da nossa vida em que gostamos de ficar velhos é quando somos crianças? Se você tem menos de 10 anos, você está tão excitado sobre envelhecer que pensa em frações.
Quantos anos você tem? Tenho quatro e meio! Você nunca terá trinta e seis e meio. Você tem quatro e meio, indo para cinco! Este é o lance!

Quando
você chega à adolescência, ninguém mais o segura. Você pula para um número próximo, ou mesmo alguns à frente. 'Qual é sua idade?'

'Eu vou fazer 16!' Você pode ter 13, mas (tá ligado?) vai fazer 16!


E aí chega o maior dia da sua vida! Você completa 21!
Até as palavras soam como uma cerimônia: VOCÊ ESTÁ FAZENDO 21. Uhuuuuuuu!

Mas então você 'se torna' 30. Ooooh, que aconteceu agora? Isso faz você soar como leite estragado! Ele 'se tornou azedo'; tivemos que jogá-lo fora. Não tem mais graça agora, você é apenas um bolo azedo. O que está errado? O que mudou?

Você COMPLETA 21, você 'SE TORNA' 30, aí você está 'EMPURRANDO' 40. Putz! Pise no freio, tudo está derrapando! Antes que se dê conta, você CHEGA aos 50 e seus sonhos se foram.

Mas, espere!
Você ALCANÇA os 60. Você nem achava que poderia!

Assim, você COMPLETA 21, você 'SE TORNA' 30, 'EMPURRA' os 40, CHEGA aos 50 e ALCANÇA os 60.

Você pegou tanto embalo que BATE nos 70! Depois disso, a coisa é na base do dia-a-dia; 'Estarei BATENDO aí na 4ª.. feira!'

Você entra nos seus 80 e cada dia é um ciclo completo; você bate no lanche, a tarde se torna 4:30; você alcança o horário de ir para a cama. E não termina aqui. Entrado nos 90, você começa a dar marcha à ré; 'Eu TINHA exatos 92.'


Aí acontece uma coisa estranha. Se você passa dos 100, você se torna criança pequena outra vez. 'Eu tenho 100 e meio!'


Que todos Vocês cheguem a um saudável 100 e meio!!!



COMO PERMANECER JOVEM...



Livre-se de todos os números não-essenciais
. Isto inclui idade, peso e altura. Deixe os médicos se preocupar com eles. É para isso que você os paga.

Mantenha apenas os amigos alegres. Os ranzinzas só deprimem.


Continue aprendendo.
Aprenda mais sobre o computador, ofícios, jardinagem, seja o que for, até radio-amadorismo. Nunca deixe o cérebro inativo. 'Uma mente inativa é a oficina do diabo. E o nome de família do diabo é ALZHEIMER.

Aprecie as coisas simples.


Ria
sempre, alto e bom som! Ria até perder o fôlego.

Lágrimas fazem parte.
Suporte, queixe-se e vá adiante. As únicas pessoas que estão conosco a vida inteira somos nós mesmos. Mostre estar VIVO enquanto estiver vivo.

Cerque-se daquilo que ama,
seja família, animais de estimação, coleções, música, plantas, hobbies, seja o que for. Seu lar é seu refúgio.

Cuide da sua saúde: se estiver boa, preserve-a. Se estiver instável, melhore-a. Se estiver além do que você possa fazer, peça ajuda.

Não 'viaje' às suas culpas. Faça uma viagem ao shopping, até o município mais próximo ou a um país no exterior, mas NÃO para onde você tiver enterrado as suas culpas.

Diga às pessoas a quem você ama que você as ama, a cada oportunidade.

E LEMBRE-SE SEMPRE!

A vida não é medida pela quantidade de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos tiram a respiração.


Aprecie a viagem, pois não há bilhete de volta!

Todos nós temos que viver a vida ao máximo a cada dia!

A jornada da vida não é para se chegar ao túmulo em segurança em um corpo bem preservado, mas sim para se escorregar para dentro meio de lado, totalmente gasto, berrando:

"PUTA MERDA, QUE VIAGEM!"

9 de mar. de 2009

What a wonderful world - [RAMONES] tradução)

[Joey Ramone]

Foto: Jardim Botânico - Curitiba-PR (23/02/2009)

Que Mundo Maravilhoso

Eu vejo as árvores verdes,
Rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para nós dois
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso

Eu vejo os céus azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia
E a escuridão sagrada da boa noite
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso


As cores do arco-íris, tão bonitas nos céus
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"
Eles realmente dizem: "eu te amo!"

Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo, que mundo maravilhoso
Sim, eu penso comigo, que mundo maravilhoso


8 de mar. de 2009

Marrons, verdes, cinzas e pretos. [Por Carlos Stein] /// A estrada [Por Geniana]


Não era a fama. Definitivamente não era o dinheiro. O apreço de algumas pessoas e a música ainda eram importantes, mas um dia ele percebeu, quase como uma revelação: era a estrada.
Uma vez contou sobre essa descoberta a alguém. Ele então lhe perguntou: porque você não se torna caminhoneiro ou algo parecido? Não, pensou, transformar isso num modo de ganhar a vida? Nem pensar. Pode matar o encantamento.

Surgiu do nada.

Tinha acordado de madrugada e o ônibus inteiro ainda dormia. Colocou os fones e a música certa. Ele olhou para o céu e então aconteceu. Nada de excepcional. Nenhum brilho no meio das nuvens. Só uma sensação. A sensação de algo maior que ele. Nada sagrado, nem perto disso. Não acreditava nessas coisas.
Foi uma ligação difícil de descrever. Já havia ouvido falar excessivamente de sensações da paz e liberdade, mas se recusava a reduzir essa intensidade a esses lugares comuns.
Era sempre difícil sair. Deixar para trás pessoas de quem gostava e que sentiam falta dele. A estrada, no entanto, era necessária.

Aprendeu a gostar dos dias frios. Os céus eram bonitos, tinham tons rosados e alaranjados. Com o tempo aprendeu a admirar também o azul uniforme dos céus de verão. A luminosidade agressiva dos dias.

A sucessão de verdes e marrons que se tornavam cinzas e pretos ao escurecer.
Gostava da velocidade da estrada. O olhar tangenciava cada árvore, planície, pedras, água. As pessoas no caminho não pareciam ter uma existência concreta. Eram fantasmas na paisagem.

Nada depreciativo nisso.

Também gostava de se imaginar assim, um fantasma. Um ser com uma estranha ligação com aqueles verdes, marrons, cinzas, pretos. Era assim que se imaginava na percepção dos transeuntes. Essa sensação de uma existência fugaz, fugidia, o fascinava. Isso, contudo, não diminuia a conexåo com os – outros - fantasmas, pelo contrário, parecia criar uma espécie de cumplicidade fundada em olhares e gestos.

Enfim, silêncios eloquentes.

Havia as partidas e, lógico, os destinos, e nestes também conheceu pessoas que valia a pena conhecer, que também deixavam saudades. Poucas, nesse longo tempo. Mas havia. Elas também povoavam de imagens os momentos de contemplação.

Mas a sua fascinação era o trajeto. A linha que liga os dois pontos.

Como quase todo mundo, havia construido um sonho em que harmonizava o seu desejo de autonomia e a humana necessidade de relacionamento com as outras pessoas. Não percebeu, no entanto, que a estrada havia construido uma harmonia baseada em ausências, onde as relações, as pessoas e a própria autonomia eram idealizadas. Um mundo paralelo. Quase perfeito.

Havia vivido muito tempo sozinho. Elaborou mecanismos para administrar sua dificuldade nos relacionamentos. Isso foi na adolescência, mas de alguma forma esses mecanismos voltavam a funcionar. Um campo de força se acionava automaticamente, independente da sua vontade.

Impossível negar a sensação de conforto que isso trazia. A droga nas mãos do viciado.

A estrada representava essa noção de perfeição e conforto. O símbolo da transitoriedade, uma metáfora da vida, mas também uma fuga.

Uma fuga de quê?

Nem ele sabia exatamente.

Sabia que havia uma existência real, concreta, e uma ideia de existência.
Sabia que existia uma origem e um destino e que a estrada, de formas imprecisas, com suas cores e imagens mutantes, escrevia a sua história.

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Foto: No avião em algum lugar entre Porto Alegre e Salvador (18/01/2009)

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Após ler esse relato dessa pessoa que já admirava [Carlos Stein], consigo entender um pouquinho mais o motivo pelo qual ele desperta essa identificação em mim...
Identifiquei-me com praticamente todo o texto e acredito ter compreendido sua essência [ou a minha a partir dele]... Até hoje não sabia muito bem o porquê a estrada me fascina tanto... Creio que ele conseguiu despertar um pouquinho, abrir o caminho para um insight maior, que ainda não aconteceu completamente, mas acredito estar no caminho
[Opa, estou na estrada! Ebaaa!]...
Acima de tudo, cada viagem que faço é para dentro de mim mesma... Conhecer o lugar, a cultura, novas pessoas, amizades, admirar a beleza da natureza, ..., é parte da viagem... Mas entender como eu me comporto nessas situações, o que cada vivência nova desperta em mim, o que cada pessoa desperta é a mais fascinante das viagens... Talvez seja isso mesmo: a estrada me leva para dentro de mim mesma! Desperta tantas emoções, me leva a lugares desconhecidos do mundo e do meu mundo...
Não é apenas uma metáfora da vida, mas acredito que é uma projeção de como encaro a vida, a partir dessa relação que estabeleço com a estrada -> UMA GRANDE AVENTURA! O que não implica numa necessidade de ser caminhoneiro, no caso do Carlão, como ele mesmo disse, e acho que no meu caso também... Apesar de nunca ter pensado nessa possibilidade... hehehehe

Mas, sinceramente, queria muito levar a vida diária da mesma forma como a vivo na estrada... Queria sentir todos os dias o verdadeiro êxtase que sinto durante as viagens... E por isso muitas vezes em casa sinto-me frustrada, introspectiva, querendo viver apenas em meu mundo, porque é nele que posso reviver essas emoções... É tão complicado voltar ao "mundo real" depois de uma viagem tão intensa!!! Mas garanto: nunca volto a mesma! Em cada retorno, não vejo a minha casa da mesma forma, porque não sou a mesma! Não vejo mais meus amigos, meus familiares, meus cachorros, meus gatos, minhas flores, ..., da mesma forma, porque nem eu e nem eles somos mais os mesmos! A metamorfose ocorre em cada viagem e cada retorno é único... E cada nova partida também é única, por isso gera tanta ansiedade, tantas expectativas... E tenho a "sorte" de que cada nova viagem que faço é mais, e mais, e mais emocionante que a anterior... Surpresas sempre... Em todo o caminho que percorro... Boas ou não tão boas sempre são bem-vindas, pois me ajudam a crescer... O que é cada viagem para dentro de si mesmo senão um descobri-se constante? E o descobrir-se, conhecer-se não é crescer, evoluir? Acredito que sim... É por isso que concordo plenamente com aquela frase: "Não tenha medo de ir devagar... Tenha medo de ficar parado!". E assim como o Carlão, acho fascinante o trajeto, a linha que liga os dois pontos...
E uma coisa posso garantir: minha vida é uma aventura. Não nasci para ser estanque, ficar parada, no marasmo! Só não entendo como ainda tem gente que acha a vida uma aventura desinteressante.... Pelo menos eu vivo... Intensamente!!!

Etiqueta Urbana

Quando viajo para o centro do país não consigo evitar de carregar comigo uma sensação de insegurança em muito potencializada pelos meios de comunicação. Sei, no fundo, que é um pouco exagerada, pois não é muito diferente da que vivencio quase todo dia aqui em Porto Alegre.

Há algum tempo me chamou a atenção a argumentação de um conhecido, carioca, sobre um episódio envolvendo um turista – mais um – assaltado e morto. Não me lembro exatamente do caso, mas episódios similares aconteceram e continuam acontecendo todos os dias pela cidade, o que infelizmente torna esse caso uma ocorrência cotidiana que talvez dispense o conhecimento dos detalhes.
Ele dizia que os turistas se colocam em condição de risco. Traduzindo: carregavam objetos de valor à vista de qualquer um, caminhavam sem a devida atenção pelas ruas e frequentavam os lugares errados nos horários inadequados. Viviam, assim, se expondo a riscos, comportando-se como tolos (manés é a palavra), e destino de mané todo mundo sabe qual é, não é?
Bom, os malandros (contrário de manés) não cometem esses erros.

Pouco tempo depois, uma música dos Paralamas do Sucesso, Calibre, pergunta:
Por que caminhos você vai e volta
Aonde você nunca vai
Em que esquinas você nunca para
A que horas você nunca sai
Há quanto tempo você sente medo
Quantos amigos você já perdeu
Entrincheirado, vivendo em segredo
E ainda diz que não é problema seu

Após mais uma babárie ocorrida na cidade, organiza-se uma passeata pela paz. Pessoas com camisetas brancas carregam bandeiras brancas e cartazes com a foto de mais um inocente chacinado.
Numa declaração, o jornalista Pedro Bial – ele próprio vítima de um episódio de violência – afirma que não vê sentido nesse tipo de movimento, não se trata de pedir paz, mas encarar o fato de que o Rio vive uma situação de guerra e agir como tal.

Não é preciso muito para concluir que a violência já nos vitimou a todos, de muitas formas.
Assumimos que existem lugares em que “não podemos” ou “não devemos” ir com naturalidade. Que existem objetos que devemos esconder aos olhos do público.
Fiquei surpreso em constatar também que um grande número de pessoas próximas pensam assim.

A violência mapeou as metrópoles. Designou os horários e os comportamentos “adequados”, inaugurou uma nova etiqueta: como se comportar, o que vestir, aonde ir e como ir para não ser assaltado ou assassinado.
Vamos, aos poucos, incorporando essa nova etiqueta. Saudamos os antenados e mal nos compadecemos dos infelizes manés que, ignorando os seus ditames, se “dão mal” pelas ruas da cidade.

A culpa acaba sendo deles.

Paradoxalmente, gostamos de mostrar nossa indignação a cada novo caso de violência. Culpamos nossos governantes, mas será que, dentro de nós, essa batalha já não foi perdida?
Não poderia, claro, defender que nos expuséssemos irracionalmente. Muito diferente é assumir como naturais essas restrições. Nossas cidades são desenhadas pelo limite das grades dos prédios. Entrincheiramo-nos em condomínios murados que simulam internamente nosso ideal de cidade sem muros. Compramos em shoppings, devidamente isolados da rua.

Incorporamos os muros.

Difícil dizer os reflexos disso no nosso cotidiano futuro.


Disponível em --> http://carlosnenhum.blogspot.com/

Gostou do programa? Talvez seja por causa dos comerciais!!!

As pessoas comem barras de chocolate em pedaços, esperando e saboreando. Elas espaçam seus cigarros ao longo do dia, suas sessões de fofocas, suas ligações para amigos. Elas gostam de seus esportes com intervalos, e praticam sua religião com jejuns e períodos de autonegação, como a Quaresma.

Então por que aquela interrupção dos comerciais sempre estraga os programas de TV?

Talvez elas não estraguem. Em dois novos estudos, pesquisadores que estudam o comportamento consumidor argumentam que interromper uma experiência, seja ela tediosa ou agradável, pode torná-la significativamente mais intensa.

"O mote é que os comerciais tornam os programas mais agradáveis de ver. Mesmo os comerciais ruins", disse Leif Nelson, professor-assistente de marketing da Universidade da Califórnia, em San Diego, e co-autor da nova pesquisa. "Quando digo isso às pessoas, elas apenas ficam me encarando, sem acreditar. As descobertas são ao mesmo tempo implausíveis e empiricamente coerentes."

Ao longo dos anos, pesquisas psicológicas descobriram que as pessoas nem sempre estão muito certas do que as faz feliz. Ao falar sobre seu próprio bem-estar, elas demonstram um tipo de equilíbrio: após uma perda (um divórcio, digamos) ou um ganho (uma promoção), elas geralmente retornam com o tempo ao mesmo nível de felicidade de antes. Os humanos se habituam rapidamente, à privação e à prosperidade, à guerra e à paz.

Prazeres ainda mais modestos - uma xícara de café pela manhã, uma caminhada à tarde, um uísque antes de dormir - parecem seguir uma lei de retornos cada vez menores. "O álcool é como o amor", diz um personagem no livro "The Long Goodbye", de Raymond Chandler. "O primeiro beijo é mágico. O segundo é íntimo. O terceiro é rotina."

Para Sonja Lyubomirsky, psicóloga da Universidade da Califórnia em Riverside e autora do livro "The How of Happiness," isso levanta uma questão provocativa: "Se você se adapta tão rapidamente a atividades agradáveis, e o prazer diminui, como sustentar um nível de felicidade, ou mesmo se mover escala acima?"

Uma maneira de fazer isso, sugerem os pesquisadores, é preferir experiências novas a bens materiais. O cheiro de um carro novo pode ficar na cabeça de alguém durante meses. Mas a memória de uma viagem através do outback australiano - ou dos museus de Amsterdã - parece oferecer uma sustentação mais duradoura, dizem os pesquisadores. Em alguns estudos, casais reportam maior satisfação em seus relacionamentos após tentar novas coisas juntos.

A nova pesquisa de consumo analisou uma dinâmica similar num nível momento-a-momento. Em um experimento, Nelson, juntamente com Tom Meyvis e Jeff Galak, da Universidade de Nova York, fizeram 87 estudantes assistir a um episódio da série "Taxi." Metade o assistiu como ele foi originalmente transmitido, com comerciais da Jewelry Factory Store e do escritório de advocacia de Michael Brownstein, entre outras propagandas. A outra metade viu o programa direto, sem interrupções.

Depois de terminada a transmissão, os estudantes avaliaram o quanto haviam gostado, usando uma escala de 11 pontos e comparando o programa com a série "Happy Days", a qual todos conheciam. Aqueles que viram "Taxi" sem comerciais preferiram "Happy Days", mas os que viram o programa original preferiram "Taxi", com uma margem significativa.

Em experimentos similares, usando outros clipes de vídeo e uma variedade de interrupções, os resultados foram os mesmos: as pessoas classificavam suas experiências como mais agradáveis com os comerciais, não importando seu conteúdo, ou outras interrupções. O efeito não estava limitado à TV; interromper uma massagem também aumentava o prazer do sujeito, conforme descobriu outro experimento.

O oposto era verdade para experiências irritantes, como escutar o barulho de um aspirador de pó: uma pausa só tornou tudo pior, eles descobriram.

"O motivo pelo qual isso acontece, argumentamos, é que nós tendemos a nos adaptar a uma variedade de experiências, à medida que elas vão acontecendo", disse Nelson. "Ouvir uma música, assistir a um programa televisivo, receber uma massagem: tudo isso começa de forma muito agradável, e dentro de alguns minutos nós nos acostumamos. As interrupções dividem isso."

Em um de seus artigos, os autores chegam a propor que a televisão comercial evolua culturalmente para maximizar o divertimento. Os milhões de americanos que gravam seus programas favoritos podem zombar da iniciativa; mas eles também pausam os programas para buscar uma bebida, fazer uma ligação ou conversar. Esse tipo de interrupção controlada por representar um tipo de ideal, disse Nelson.

Gal Zauberman, professor-associado de marketing da Escola Wharton, na Universidade da Pensilvânia, disse que as descobertas eram sólidas, e acrescentou: "Para mim, a parte mais interessante é que quase todos dizem, 'Eu gostaria de nunca ter de assistir a um comercial'".

"Tudo é parte desse fenômeno que descobrimos em outro trabalho,", continuou ele, "que as pessoas não estão totalmente cientes do que as faz felizes, especialmente quando há um componente temporal, quando uma experiência afeta outra com o tempo."

No entanto, as interrupções não melhoram todas as atividades agradáveis. Nelson e seus colegas descobriram que as pessoas muitas vezes não se acostumam a programas ou histórias particularmente mais exigentes - com viradas inesperadas na trama - e que uma interrupção pode romper a linha de raciocínio, azedando a experiência. Quando artistas, negociantes, músicos e outros se submergem em seus trabalhos, com o prazer altruísta que alguns psicólogos chamam de fluxo, o apito da hora do almoço pode ser um risco.

Mas os prazeres mais simples da vida têm mais em comum com passar uma manhã na banheira quente do hotel. Bastante bom, ainda mais se você puder sair e mergulhar na piscina a cada cinco minutos.





Disponível em: http://www.fndc.org.br/internas.php?p=noticias&cont_key=351212

3 de mar. de 2009

Foto: Balneário Ipanema-PR (22/02/2009)
**Se um dia tu quiseres voar bem alto e ver o mundo de outro lugar, não te deixo cair vou-te segurar! E não hesites tu podes confiar! Vamos andar por cima das cidades, Vamos tocar nos telhados dos prédios! Quem é que disse que o homem não pode voar? Acredita que voar é o remédio! Para os dias em que nos zangamos, Para todos os dias dias de tédio vem comigo voar! Acredita que voar é o remédio! Vamos voar! Vamos chegar aonde nunca chegamos! Tu indicas-te o paraíso e agora vou levar-nos lá! Vamos voar! Não quero sentir vertigens da tua parte porque bem acima das nuvens hoje vou levar-te! Vamos voar! Vamos chegar à montanha mais alta. Tudo o que eu sinto chega para o grande Evereste. Vamos buscar tudo o que nos falta. Porque hoje o limite é o céu, Vamos voar ... cair, vou-te segurar, não hesites tu podes confiar... Vamos saltar por cima das cidades, Vamos tocar nos telhados dos prédios,quem é que disse que o homem não pode voar? Acredita que voar é o remédio!Para uns dizem que nos zangamos para todos os dias dias de tédio. Vem comigo voar acredita que voar é o remédio! Vamos voar. Vamos chegar onde nunca chegamos, tu indicas-te o paraiso e agora vou levar-nos lá. Vamos voar. Não quero sentir vertigens da tua parte porque bem acima das nuvens hoje vou levar-te. Vamos voar. Vamos chegar à montanha mais alta, tudo o que eu sinto chega para o grande Evareste. Vamos buscar tudo o que nos falta porque hoje o limite é o céu. Vamos para outro lugar,vamos para longe daqui, a voar vou-te apanhar, o remédio é voar por aí... !!!**