16 de abr. de 2011

Não importa o que fizeram de nós; importa o que fazemos do que fizeram de nós...

Não é tão simples discutir o que seja a consciência e a consciência social. Para alguns, viver em sociedade é estar aí, fazer o que nos mandam, seguir o que aprendemos, não reclamar, ter paciência e achar que tudo isso é o normal e único possível. 
Já para outros, que penetram nos “mistérios” de uma sociedade, que procuram respostas à pergunta “Quem sou eu? Por que as coisas que me rodeiam são assim?”, vão se dando conta e mergulhando mais fundo nesses mistérios; 
percebem que nada disso caiu do céu; 
que há interesses por detrás das coisas; 
que as coisas foram pensadas por alguém para serem assim, até as aulas de Matemática; 
que eu não posso deixar de agir: tudo o que eu faço é ação; que eu não posso ser “neutro”, que dizer-se neutro é uma ingenuidade; 
que eu estou em tal “caixinha” da sociedade não por acaso, mas porque há determinados mecanismos que me colocam ali, mecanismos esses que se originam das relações que se dão entre as pessoas e grupos; 
e que se criam instituições numa sociedade, que podem ter como objetivo enquadrar-me em determinadas situações, sem que eu me dê conta do que estão fazendo de mim. 
Pode-se, então, concluir que é possível crescer em consciência; e que é ela que me torna mais livre e responsável. 
Como dizia Sartre: “Não importa o que fizeram de nós; importa o que fazemos do que fizeram de nós”. 

(Guareschi, Pedrinho A. (2004). 
Psicologia Social Crítica: como prática de libertação. 
Porto Alegre: EDIPUCRS).

2 comentários:

  1. poderia usar esse texto como fonte de um trabalho escolar?

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  2. Pode sim, é trecho do livro mesmo...
    Não lembro a página, mas se quiseres posso procurar e te dizer...

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