1 de ago. de 2011

Paula fernandes - Voa


Composição: Paula Fernandes

Se esta pensando em voar
Na direção de me amar
Voa, voa

Não tenha medo de dizer que quer
Vamos fazer o que você quiser
Voa, voa

E serei eu que em um dia então
Vou te fazer delirar de paixão
Nesse prazer somos eu e você
Vamos, voa, voa

Num colorido pintado no céu
Num voo livre de nuvem de mel
No paraíso só eu e você
Vamos voa, voa

Mais adiante vai sentir o quanto se apaixonou
Voa comigo vem seremos dois pombinhos de amor.

Onde está você? [Valéria Lopes]

Onde está você que entrou em minha vida mansamente sem pedir licença...
Que tomou conta do meu coração e dominou todos os meus sentimentos?
Onde está você... Que romanticamente cativou a minha alma... E acendeu meus olhos para um caminho diferente?
Onde estão tuas palavras que um dia doce conquistaram cada parte de mim... E me puseram a sonhar com teu rosto... Fantasiando o futuro com você ao meu lado?
Há tantas interrogações... Meu coração... Indaga sobre tua presença... E convive com silêncio da solidão de tua ausência...
Cadê o conto de fadas, a música de amor que embalou nossos desejos... E nos transformou com a magia da paixão em apenas um?
Hoje cada fase do meu sonho revela o abandono... A carência... Teus passos se afastaram de mim... Escureceram meu mundo... Com a solidão de dias sem cor...
Todas as coisas... Tornaram-se inexistentes desde o dia em que você se foi...
Tento rascunhar uma nova vida para mim...
Apagando qualquer lembrança do passado...
Mas meus pensamentos fogem de mim e me levam até você...
Perdida neste passado te encontro com os meus olhos cheios de lágrimas porque tento te tocar e não consigo porque tua imagem é como o ar que não se pode tocar... Mas apenas sentir... E eu te sinto em toda parte... Mesmo sem te ter aqui...
Os dias amanhecem tristes e minha mente obedece ao meu coração que te procura entre tantas perguntas... Porque sente tua falta... Sente saudade...
Então cadê você... Onde está você agora além de estar aqui dentro de mim???
Onde está aquele que balançou meus sentimentos e me condenou a não amar mais ninguém...
Onde está você que mesmo com o passar do tempo... Ainda se mantém bem vivo em mim. E que mesmo no vazio de tua ausência ainda faz parte de mim!!!

Sugestões Para Atravessar Agosto [Caio Fernando Abreu]

Para atravessar agosto é preciso, antes de tudo, paciência e . Paciência para cruzar os dias sem se deixar esmagar por eles, mesmo que nada aconteça de mau; fé para estar seguro, o tempo todo, que chegará setembro – e também certa não-fé, para não ligar a mínima às negras lendas deste mês de cachorro louco. É preciso quem sabe ficar-se distraído, inconsciente de que é agosto, e só lembrar disso no momento de, por exemplo, assinar um cheque e precisar da data. Então dizer mentalmente ah! Escrever tanto de tanto de mil novecentos e tanto e ir em frente. Este é um ponto importante: ir, sobretudo, em frente.
Para atravessar agosto também é necessário reaprender a dormir, dormir muito, com gosto, sem comprimidos, de preferência também sem sonhos. São incontroláveis os sonhos de agosto: se bons, deixam a vontade impossível de morar neles, se maus, fica a suspeita de sinistros augúrios, premonições. Armazenar viveres, como às vésperas de um furacão anunciado, mas víveres espirituais, intelectuais, e sem muito critério de qualidade. Muitos vídeos de chanchadas da Atlântida a Bergman; muitos CDs, de Mozart a Sula Miranda; muitos livros, de Nietzsche a Sidney Sheldon. Controle remoto na mão e dezenas de canais a cabo ajudam bem: qualquer problema, real ou não, dê um zap na telinha e filosoficamente considere, vagamente onipotente, que isso também passará. Zaps mentais, emocionais, psicológicos, não só eletrônicos, são fundamentais para atravessar agostos. Claro que falo em agostos burgueses, de médio ou alto poder aquisitivo. Não me critiquem por isso, angústias agostianas são mesmo coisa de gente assim, meio fresca que nem nós. Para quem toma trem de subúrbio às cinco da manhã todo dia, pouca diferença faz abril, dezembro ou, justamente, agosto. Angústia agostiana é coisa cultural, sim. E econômica. Mas pobres ou ricos, há conselhos – ou precauções-úteis a todos. O mais difícil: evitar a cara de Fernando Henrique Cardoso em foto ou vídeo, sobretudo se estiver se pavoneando com um daqueles chapéus de desfile a fantasia categoria originalidade…Esquecê-lo tão completamente quanto possível (santo ZAP): FHC agrava agosto, e isso é tão grave que vou mudar de assunto já.
Para atravessar agosto ter um amor seria importante, mas se você não conseguiu, se a vida não deu, ou ele partiu – sem o menor pudor, invente um. Pode ser Natália Lage, Antonio Banderas, Sharon Stone, Robocop, o carteiro, a caixa do banco, o seu dentista. Remoto ou acessível, que você possa pensar nesse amor nas noites de agosto, viajar por ilhas do Pacífico Sul, Grécia, Cancún ou Miami, ao gosto do freguês. Que se possa sonhar, isso é que conta, com mãos dadas, suspiros, juras, projetos, abraços no convés à lua cheia, brilhos na costa ao longe. E beijos, muitos. Bem molhados.
Não lembrar dos que se foram, não desejar o que não se tem e talvez nem se terá, não discutir, nem vingar-se, e temperar tudo isso com chás, de preferência ingleses, cristais de gengibre, gotas de codeína, se a barra pesar, vinhos, conhaques – tudo isso ajuda a atravessar agosto. Controlar o excesso de informações para que as desgraças sociais ou pessoais não dêem a impressão de serem maiores do que são. Esquecer o Zaire, a ex-Iugoslávia, passar por cima das páginas policiais. Aprender decoração, jardinagem, ikebana, a arte das bandejas de asas de borboletas – coisas assim são eficientíssimas, pouco me importa ser acusado de alienação. É isso mesmo, evasão, escapismos, explícitos.
Mas para atravessar agosto, pensei agora, é preciso principalmente não se deter de mais no tema. Mudar de assunto, digitar rápido o ponto final, sinto muito perdoe o mau jeito, assim, veja, bruto e seco:.


(6/8/1995 – para o jornal O Estado de são paulo)

19 de jul. de 2011

Está tudo planejado: [Caio F.]

Se amanhã o dia for cinzento,
se houver chuva,
se houver vento,
ou se eu estiver cansado dessa antiga melancolia
cinza fria
sobre as coisas conhecidas pela casa
a mesa posta e gasta
está tudo planejado
...
visto minhas calças vermelhas
e procuro uma festa
onde possa dançar rock até cair!

Sobre o abandono [Leonardo Boff]

"Em toda situação de abandono está presente uma tentação e uma chance. A tentação consiste nisto: a pessoa não enfrenta o desamparo. Ou culpa sempre os pais, os irmãos e outros por seus fracassos. Ou fica esperando a solução, vinda da política, do Estado, da loteria, dos outros e de Deus. Essa atitude esconde sua omissão, sua falta de iniciativa e sua fuga da responsabilidade. Mas há a chance de a pessoa aceitar o desafio do desamparo e de crescer com ele. Começa por desdramatizá-lo, pois pertence à finitude da vida humana. Não somos onipotentes nem demos a nós mesmos a existência. Vivemos uma pobreza
essencial. Dependemos objetivamente dos outros. Essa situação de dependência não nos humilha porque caracteriza todos os seres do universo. Já o dissemos: estamos todos envolvidos numa teia de interretro-relações. Esta situação, portanto, deve ser assumida sem amargura.

O poder da gratidão e o poder da ingratidão [André Lima]

[Nada sei a respeito do tipo de terapia que o autor do texto trabalha, mas achei super interessante a reflexão dele a respeito da (in)gratidão!]


Observamos no dia-a-dia em nós mesmos e em outras pessoas, uma tendência em enxergar e valorizar as coisas negativas e deixar de lado as coisas boas que acontecem. Conheço uma pessoa que passou o final de semana em um hotel maravilhoso, estava tudo ótimo mas... Tinha um garçom que não era simpático e houve um serviço que não foi prestado satisfatoriamente. O resultado é que essa pessoa falava mais desses pequenos detalhes que não foram bem, do que dos 95% que foram uma maravilha. Ou seja, 80% da conversa era sobre 5% dos fatores que foram negativos. Tive uma cliente que estava em busca de um emprego para ter a sua independência financeira com relação ao marido. Ela se sentia infeliz e reclamava do quanto era difícil arranjar um trabalho. Finalmente conseguiu ser contratada. Mas quando recebeu seu primeiro pagamento  começou a se queixar que o salário era baixo, que as colegas faziam fofoca, e etc... Não é estranho? O invés de se sentir feliz por que recebeu o primeiro salário (antes não ganhava nada), ficou triste por que era pouco.

Eu lembro que eu tinha um padrão parecido com esse quando eu ainda tinha uma firma de engenharia. Naquela época, minha vida financeira era terrível. Eu ficava desesperado querendo receber o pagamento dos clientes, porém, quando eu recebia,  ficava mal pois já sentia que o pagamento não daria pra fazer nada. Como não dava para pagar tudo que eu devia, era um tormento escolher quais contas seriam pagas e quais seriam adiadas e negociadas.

O padrão se manifestou de forma semelhante quando deixei a firma e me tornei terapeuta. No começo, como seria de esperar, eu tinha poucos clientes. E sempre que eu recebia um pagamento de algum atendimento que eu fazia, ao invés de ficar feliz, eu acabava ficando triste por que sabia que aquele valor não daria para ter a vida que eu queria.

Quando nos sentimos insatisfeitos com o que recebemos ou com o que já temos, as conseqüências negativas são muito óbvias. Deixamos de crescer pois o desânimo tomará conta de nós, influenciando nossas ações, e a tendência é que nós fiquemos estagnados. Pior ainda, se a insatisfação for muito grande chegaremos até a perder o que temos. Eu lembro do quanto isso me deixava abatido nos tempos da engenharia e certamente me levou a criar mais problemas financeiros.

Já alguém que constantemente vê o lado o bom e se sente agradecido pelo que recebe, sente ânimo, o que vai influenciar suas ações de forma positiva levando esta pessoa a progredir.

Observe como funciona o mecanismo da gratidão. Uns dias atrás levei uns abacates do quintal da minha casa para uma amiga. Ela ficou bem feliz e agradecida com este pequeno presente. Em outro momento, falando comigo ao telefone, comentou que os abacates estavam deliciosos, que todos em casa gostaram e mais uma vez agradeceu. Como ia encontrá-la novamente, imediatamente lembrei de levar mais abacates pra ela. E dessa vez foi uma sacola maior. Dá uma satisfação em dar algo pra alguém que se sente grato. O fato dela ter expressado a gratidão fez com que ela recebesse mais.

Imagine se a reação dela tivesse sido assim "Eu não gosto muito de abacate. Esses abacates são pequenos. Abacate engorda". O que eu teria feito? Certamente, não levaria mais nenhum pra ela. E se ela apenas tivesse dito um "obrigado" meio sem graça? Provavelmente eu não lembraria de levar mais pra ela.

Quando estou sem poder agendar novos clientes, eu costumo indicá-los para terapeutas que já foram meus alunos e que eu sei que fazem um bom trabalho com a *EFT (técnica para auto-limpeza emocional). Sabe quais são os terapeutas que eu mais me lembro para indicar? Aqueles que sempre agradecem e me mandam emails informando que atenderam o cliente indicado e contando o resultado que deu. Os que não agradecem, eu simplesmente acabo me esquecendo deles.  É algo que ocorre naturalmente.
O mesmo acontece na relação entre você e o universo. Quando você se sente grato pelo que tem e pelas coisas que recebe, a tendência é que você receba mais e que haja uma expansão. Mas quando você reclama para a vida da sua casa, do emprego, do salário ou seja lá o que for, a tendência é que você fique estagnado naquilo, ou que até perca o que tem. O universo fica satisfeito em dar mais quando você agradece, assim como você ficaria se recebesse o agradecimento sincero de alguém.

Quando somos bebês, a nossa única forma de pedir é mostrando a nossa insatisfação. O bebê chora, ou seja, reclama que algo está incomodando, e a mãe tem que dar um jeito de descobrir o que ele quer e satisfazer suas necessidades. Só que depois nós crescemos, mas acabamos por ficar presos inconscientemente a essa forma infantil de pedir através da reclamação.

Uma crença sabotadora é a de que se eu agradecer pelo que tenho, é como se estivesse me conformando com aquilo e dessa forma não vou ter nada melhor. Essa é uma visão infantil. É o bebê que chora até conseguir o que quer. O que essa crença pressupõe é que, se eu reclamar bastante do que eu tenho, vou ganhar algo melhor; o que não faz o menor sentido.

Você pode se sentir grato pelo que tem, e ainda assim pode desejar, e sentir que merece algo melhor. Não há qualquer incompatibilidade. Sentir gratidão pelo que se tem neste momento vai abrir os caminhos pra que você tenha coisas melhores, cada vez mais.

No trabalho com a EFT, podemos limpar os sentimentos negativos que nos levam a reclamar das coisas que estão insatisfatórias na nossa vida. Isso traz aceitação e muitas vezes faz brotar o sentimento de gratidão. Esse é um passo importantíssimo para que a mudança de vida que a pessoa deseja venha a ocorrer. O primeiro passo é listar as coisas que estão deixando você insatisfeito bem como as razões dessa insatisfação. Depois, é só aplicar EFT pra dissolver todos os sentimentos ruins que brotaram, até eliminar completamente a sensação e se sentir em paz com aquilo. No próximo artigo, falarei mais detalhadamente como fazer EFT para gerar o sentimento de gratidão. 








Paramore: The Only Exception

E eu sempre vivi assim: mantendo uma distância confortável...
E até agora eu jurei pra mim mesma, que eu era feliz com a solidão...
Porque nada disso nunca valeu o risco...
Mas você é a única exceção!
Eu tenho um forte controle sobre a realidade, mas não posso deixar o que está aqui diante de mim...
Me deixe com alguma prova de que isso não foi um sonho!
Porque você, é a única exceção!
E eu estou quase acreditando...

O Outro Porto - Banda Porto do Som (Homenagem a Diego Andrade)

19 de jun. de 2011

A Amizade Verdadeira e Genuína [Arthur Schopenhauer]

Do mesmo modo que o papel-moeda circula no lugar da prata, também no mundo, no lugar da estima verdadeira e da amizade autêntica, circulam as suas demonstrações exteriores e os seus gestos imitados do modo mais natural possível. Por outro lado, poder-se-ia perguntar se há pessoas que de fato merecem essa estima e essa amizade. Em todo o caso, dou mais valor aos abanos de cauda de um cão leal do que a cem daquelas demonstações e gestos.
A amizade verdadeira e genuína pressupõe uma participação intensa, puramente objetiva e completamente desinteressada no destino alheio; participação que, por sua vez, significa identificarmo-nos de facto com o amigo. Ora, o egoísmo próprio à natureza humana é tão contrário a tal sentimento, que a amizade verdadeira pertence àquelas coisas que não sabemos se são mera fábula ou se de fato existem em algum lugar, como as serpentes marinhas gigantes. Todavia, há muitas relações entre os homens que, embora se baseiem essencialmente em motivos egoístas e ocultos de diversos tipos, passam a ter um grão daquela amizade verdadeira e genuína, o que as enobrece ao ponto de poderem, com certa razão, ser chamadas de amizade nesse mundo de imperfeições. Elas elevam-se muito acima dos vínculos ordinários, cuja natureza é tal, que não trocaríamos mais nenhuma palavra com a maioria dos nossos bons conhecidos, se ouvíssemos como falam de nós na nossa ausência.


Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'

4 de jun. de 2011

Nada acontece por acaso...

É nisso que acredito...
Nesse dia em que ainda sinto o coração apertado pela partida prematura (do meu ponto de vista) do Diego Andrade, amigo querido que muito me alegrou (com as músicas, com seu jeito de ser), assisto um episódio de um dos meus seriados favoritos, o "Criminal Minds", segundo episódio da sexta temporada, em que a J.J. está se despedindo dos colegas para trabalhar em outro lugar...
Ao final do episódio ela fala o que transcrevo a seguir e que cabe perfeitamente ao momento. Acredito que o Diego estaria dizendo algo bem semelhante:


J.J. diz: “Sou muito grata pelos anos passados com essa família. Por tudo o que compartilhamos, por todas as chances que tivemos de crescer. Vou levar o melhor deles comigo e seguir como exemplo onde quer que eu vá. Sinceramente, isso não é o que eu quero, mas vou pegar a estrada...
Talvez porque eu encare tudo como uma lição, ou porque não quero andar por aí com raiva... Ou talvez porque finalmente entendi que há coisas que não queremos que aconteça, mas temos que aceitar. Coisas que não queremos saber, mas temos que aprender... e pessoas que não queremos perder, mas temos que deixa-las ir...

Sinto muito que tenha partido, mas sou feliz por ter feito parte da tua vida!
Fique em paz!