10 de jul. de 2008

Custe o que custar!!!

Seguem abaixo algumas passagens interessantes de uma entrevista do MArcelo Tas (carinha que faz parte da equipe do CQC - Custe o que custar - programa exibido na Band...)....
Vale a pena dar uma olhadinha e pensar um pouco...
Se quiser ler a entrevista na íntegra:
http://revistatrip.uol.com.br/166/negras/home.htm


Isso para mim é sorte. É você entender um sinal e ser criativo. Não lutar contra a onda. Essa onda é maior que nossos desejos. Se não respeitar, vive frustrado. E muito amigo talentoso fica chorão. Muito triste isso. Esse deve ser o lampejo do artista. É onde se situam os meus ídolos: o Millôr Fernandes, sabe? Ele tira um sarro dele mesmo. Ele não pediu grana pelos malefícios da ditadura... Pelo contrário, disse: “Então não era ideologia! Era um investimento!” [risos]. Essa é outra coisa que me deixa mais otimista. Sinto uma generosidade maior na molecada de hoje do que na turminha dos anos 60. Não sei se é por causa das comunidades, que desde criança as pessoas já se relacionam, compartilham conhecimento... não têm essa avareza do “aqui é a turma da tropicália, aqui é a turma da bossa nova, aqui é do rock, do cinema…”. É uma geração enorme que está sendo formada desse jeito, mais livre, mais generosa. Acredito mesmo!


E em sorte, você acredita? Claro! Claro que sim, porque, para mim, tem a ver com sensibilidade e às vezes sorte significa você entender sinais que parecem de azar, né? Tem dia que acontecem umas coisas, você diz: “Porra! Hoje acordei com o pé esquerdo”. E não: pode ser que ali tenha alguma coisa que te indique que seus planos merecem uma outra olhada. Nesse sentido eu gosto de pensar em sorte. Nunca joguei na loteria. Olho e falo: “Deixa ver para onde meu pé esquerdo quer me levar”. Se você ficar batendo no direito, pode se dar mal, né? Se você der uma chance para entender os sinais… Não sei se estou sendo muito Paulo Coelho… [risos]. Na verdade, meu mestre nesse assunto é o Spielberg!


Querer ajudar e ser bonzinho não funciona. A gente vive num país tão desigual que não adianta dar esmola. Você tem que pertencer ao país. Esse negócio de se blindar é dinheiro jogado fora. Tem que ir à rua, se relacionar, tentar entender lá por que é que você é assaltado na Faria Lima!


Tem gente que não sabe mais conversar olhando no olho, e não gesticula, faz emoticons... [Risos]


A vida da gente está cada vez mais aberta: você com seu celular ali é facilmente encontrável, seu e-mail é rastreável...

Mas e essa história de ser sempre encontrado? Parece que o acaso diminuiu... Discordo, cara. O acaso sempre vai estar dentro do e-mail que não chegou ou do e-mail que chegou na hora que você precisava, entendeu? Não adianta lutar contra isso, o mundo está numa aceleração de quantidade e velocidade. Não quer dizer que você vai se iluminar rapidamente. E se quiser desconectar é fácil, vai pra um lugar sem sinal... ou desliga.

Tem gente que não consegue... Tem gente que não consegue largar da cerveja, não consegue largar do automóvel, não consegue largar do açúcar e não consegue largar da própria mulher, o que é pior [risos]. Mudar é difícil mesmo.


O Brasil é um país que exige da gente dedicação, tolerância, afetividade. Não se pode tratar com displicência o bairro, o país, a sociedade. Sou um cara patriota, sabe? Sinto que dou uma contribuição para o país. Da minha maneira. E não irei cobrar isso mais tarde, podem ficar sossegados [risos].


Não consigo ficar num grupo, acho limitante essa visão...


Hoje as pessoas duvidam de tudo, até da felicidade, você acorda feliz e diz “mas não é possível”, encontra uma mulher sensacional e fala “alguma hora ela vai mancar”. Isso tem a ver com medo, falta de ousadia. A gente não se atira, é sempre empurrado para a desconfiança, a segurança. Ser otimista é quase um palavrão, né? É uma declaração de bobo. Mas não consigo viver pra baixo, essa filosofia do motorista de táxi... tudo é ruim, bom é o Maluf porque faz asfalto e ponte. Uma das coisas que me incomodam na visão da realidade brasileira é a bipolaridade: ou você é a favor do Lula, ou contra.


A perspectiva de “sucesso” no trabalho nem sempre é visível para todos como é visível na arte. Sabe o que eu falo com esses garotos? Dou exemplos de amigos, sem dizer nomes, de gente que atingiu esse sucesso e é profundamente infeliz. Vários amigos que têm posses até fazem coisas legais, mas miraram só na grana e, na hora que ficaram ricos, viram que não era isso. Aí aquele gênio da lâmpada olha pra eles e fala “mas não foi o que você pediu?” [risos].


A gente está sempre angustiado com o passado e ansioso com o futuro... E não está no único lugar onde a vida pode mudar: o presente.


Tem gente que quer dar saltos triplos... Não é assim. Sua vida vai mudar de acordo com a pessoa que está sentada em sua frente ou ao seu lado, sua namorada, seu amigo, alguém que você esbarra na rua, não é um telefonema pra Nova York que vai ajudar. Você tem de estar ligado no presente – coisa que a gente não consegue. O mundo hoje nos impede de viver o presente, a gente está sempre muito acelerado.


A vida é igual a uma cebola: você arranca uma casca e depois outra.


Meu estilo é muito sensorial. Sensitivo, espiritual, mediúnico, inconsciente... Não sou aquele cara que navega pela maionese porque acha que os búzios vão me dizer, mas tento perceber... por que é que não estou me divertindo, entendeu? Se uma situação começou a ficar muito chata, procuro tomar uma atitude.


você quer o quê? Um plano pra ser infeliz? Pra ser traído pela sua mulher quando ficar rico? É uma loucura! Já estraguei muitas carreiras de mauricinhos [risos], porque não adianta: é evidente que você vai ser infeliz se colocar como meta ficar rico. Coisa que aliás é muito fácil – você pode ser traficante, gigolô, deputado federal ou vereador ou, enfim, se você resolver... Sem desmerecer os parlamentares nem os traficantes [risos]... Agora, o que há de divertido nisso?

[...]Pega esse caso Isabella, por exemplo, a grande comoção nacional... Mas não é privilégio brasileiro. Essa comoção diante de um ato violento é porque a gente fica tentando entender a morte. A gente tenta adiar a morte, com silicone, photoshop [risos]... No mundo limpinho não pode morrer, vai ficar um cheiro ruim... E é uma luta inglória [risos]. A gente vive de uma maneira blindada, usa camisinha pra sair de casa, mas não está protegido nunca. A vida que vale a pena ser vivida é a vida com riscos. Se sua vida não tiver alguma ousadia, não tem a menor chance de você ser feliz. Recebo milhões de e-mails de estudantes que me procuram para saber como ter uma vida sem risco: já querem um estágio para fazer algo que vai dar certo, dar uma aposentadoria legal, um plano de saúde e o décimo quinto salário...

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