23 de out. de 2009

Jeff Jarvis: ‘A vida está na versão beta’

Jeff Jarvis: ‘A vida está na versão beta’

Postado por Helena Aragao em 23 de outubro, às 17:37 e arquivado em Notícias  |  Comentário (1)
Recebemos do amigo Aloy Jupiara, editor-executivo do jornal Extra, algumas considerações sobre o livro O que a Google faria?, do blogueiro americano Jeff Jarvis. Aquele tipo de comentário que merece ser reproduzido na íntegra, de tão espontâneo e empolgado que foi enviado por email.
"O que a Google faria?", Jeff Jarvis
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Saiu do forno aqui no Brasil um livro excelente, excelente mesmo, o melhor que li este ano (melhor, muito melhor do que o Free, que é quase sempre ótimo): O que a Google faria?, de Jeff Jarvis.
É e não é sobre a (o) Google.
Jarvis é um superblogueiro americano. O que ele fez? Pegou a Google e analisou o que eles fazem, como eles agem, o que a levou a se posicionar como a grande empresa desta década digital. Mas o livro, no fundo, é sobre como mudar a cabeça das pessoas, e como quem não muda morre. O que ele propõe é, para cada dúvida, perguntar: “Afinal, o que a Google faria neste caso?”  Então é muito mais um retrato de uma sociedade extremamente colaborativa, pulverizada, com poder descentralizado, anti-dogmas e de mudanças rápidas.
Jarvis é messiânico (adoro isso, adoro mesmo; ele crê, eu creio). E se derrete pela Google (mas o livro não é uma peça de marketing, não acho; é mais fruto de uma paixão por quem arrisca e muda e não segue o que se achar normal de fazer e faz diferente; ele chama de disruptores).
Mas não elogia apenas: algumas vezes (talvez poucas para o meu gosto) ele mostra quando a Google não fez aquilo que ela diz que faz. Por exemplo, quando entregou dados sobre usuários para governos.
O livro saiu em janeiro nos Estados Unidos, e há pouco aqui no Brasil.
A leitura é fácil, o texto dele é maravilhoso, é como quem conversa numa mesa (blogs têm esse tom de conversa).
Selecionei uns trechos (são coisas em que acredito; as que gosto mais estão grifados):
“Os clientes estão no comando”.
“As pessoas podem se encontrar em qualquer lugar e se unir a favor de você – ou contra”.
“O mercado de massas está morto, substituído pela massa de nichos”.
” ‘Mercados são conversas’, decretou The Cluetrain Manifesto, trabalho seminal sobre a era da internet, em 2000. isso significa que, hoje, a principal habilidade de uma organização não é mais vender, e sim conversar”.
“O controle de produtos ou da distribuição não mais garantirá um produto de alta qualidade e lucro”.
“Permitir que os clientes colaborem com você – na criação, distribuição, marketing e apoio a produtos – é o que gera um produto de alta qualidade no mercado de hoje”.
“Ser proprietário de canais, pessoas, produtos ou até mesmo de propriedade intelectual não é mais a chave para o sucesso, e sim a transparência”.
“Yahoo e aol, ambos ex-reis do pedaço online, já são passado. As duas empresas funcionam de acordo com as regras antigas. elas controlam o conteúdo e a distribuição e pensam que podem ser donas dos cliente, dos relacionamentos e da atenção. Elas criam locais de destino e têm a presunção de achar que os clientes devem ir até elas. Gastam enorme parcela da receita em marketing para fazer essas pessoas chegarem até lá e trabalham ardualmente para mantê-las. Yahoo é a última empresa da velha mídia”.
“A google não se vê como um produto, mas sim como um serviço, uma plataforma, um meio de capacitar pessoas”.
“As empresas devem aprender que terão mais sucesso se cederem o controle para os clientes. dê-nos o controle, nós o usaremos e você vencerá”.
“Seu pior cliente é seu melhor amigo”. (é título de um capítulo que mostra como é importante ouvirmos quem nos critica)
“Faça o que você faz melhor e coloque link para o restante” (outro título de capítulo)
“Os jornais não deviam dedicar recursos às notícias pasteurizadas que já conhecemos”.
“Se um jornal pretende se destacar precisa criar histórias com valor sem igual”.
“Todas elas querem controlar a internet porque é assim que elas veem o mundo. Ouça a retórica do valor corporativo: as empresas possuem clientes, controlam a distribuição,  fazem acordos exclusivos, afastam os concorrentes, mantêm segredos comerciais. A internet explode todos esses pontos de controle. Ela abomina a centralização. ela ama o nível do mar e elimina as barreiras à entrada. Despreza os segredos e recompensa a transparência. Favorece a colaboração em vez da propriedade. Os ex-poderosos se aproximam da internet com medo quando percebem que não podem controlá-la”.
“Há outra grande vantagem na abordagem de rede da glam; o custo. não é necessário contratar um staff caro para criar sua riqueza de conteúdo nem há necessidade de pagar para licenciar esse conteúdo”.
“Empresa de web explosivas…  Não cobram dos usuários o máximo que o mercado suporta. Elas cobram o mínimo possível. È assim que elas maximizam o crescimento e o valor para todos que estão na rede”.
“Extraia o valor mínimo das redes de forma que elas alcancem o tamanho e o valor máximos”.
“A maioria das empresas pensa de modo centralizado e tem feito isso  desde o declínio do catálogo da Sears e do Crepúsculo do mercado de massa. As empresas fazem com que nós, os clientes, vamos a elas. Gastam uma fortuna em marketing para nos atrair. A expectativa é a de que o público responda à sirene da chamada da propaganda e corra para suas lojas, concessionárias, bancas de jornais ou, atualmente, sites. Elas até pensam que queremos ir até elas, que somos atraídos por elas como mariposas em volta das marcas”.
“O Yahoo e vários sites na internet pensam em si mesmos como um fim. O Google vê a si mesmo como um meio”.
“‘Não podemos esperar que os consumidores venham até nós’, disse o presidente da CBS Interactive …’É arrogante uma empresa de mídia presumir isso’”.
“A vida é pública, os negócios também”.
“Você deve se perguntar: sou uma empresa de conhecimento? Uma empresa de dados? Uma empresa de comunidades? Uma plataforma? Uma rede? Onde está o seu valor e onde está a sua renda? Lembre-se que eles podem não estar no mesmo lugar; o dinheiro pode vir de uma porta lateral’.
“E hora de sua crise de identidade”.
“A google tem fé nos dados porque tem fé em nós”. (nós, os clientes)
“A primeira resposta é ouvir antes de falar”.
“Correções não diminuem a credibilidade. correções aumentam a credibilidade”.
“A disposição em estar errado é fundamental para a inovação”.
“A vida está na versão beta”.
“Certamente existem erros aqui, então, por favor, nos ajudem a encontrá-los e consertá-los para melhorar o produto. Diga-nos o que você quer que ele seja”.
“A Google não tem medo de cometer erros que custem dinheiro”.
“…quero administrar uma empresa em que nos movimentamos rápido demais e fazemos muito, e não uma empresa em que tomamos cuidados demais e fazemos pouco”.

Fonte: http://olivreiro.com.br/blog/2009-10-23-jeff-jarvis-a-vida-esta-na-versao-beta

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