19 de mar. de 2012

Escuta [Elenita Rodrigues]

Quantas e quantas vezes a gente não erra pelo excesso? Quantas e quantas vezes nossa vontade de acertar é tão grande que é justo ela que nos faz errar mais? E a gente cuida demais, protege demais, oferece mais do que deveria (e poderia)... tantas vezes...

Tudo errado. Só podemos trilhar o nosso próprio caminho. Não devemos (nem se amarmos MUITO) desrespeitar o espaço e TENTAR DAR OS PASSOS que só competem ao outro. O problema do outro continua sendo do outro, por mais que você o ame. E não faz parte da sua missão "resolver".

É difícil não intervir... eu sei. Quando a gente ama muito é incrivelmente difícil, não pensar, propor, elocubrar soluções mirabolantes, mas...



"O viajante sentia-se solitário ao sair de uma missa. De repente, foi abordado por um amigo: — Preciso muito falar com você — ele disse. O viajante viu naquele encontro um sinal, e ficou tão entusiasmado que começou a conversar sobre tudo que considerava importante. Falou das bênçãos de Deus, de amor, disse que o amigo era um sinal de seu anjo — pois sentia-se solitário minutos atrás, e agora tinha companhia. O outro escutou tudo em silêncio, agradeceu e foi embora. Em vez de alegria, o viajante sentiu-se mais solitário que nunca. Mais tarde se deu conta — no seu entusiasmo, não tinha dado atenção ao pedido daquele amigo: falar.
O viajante olhou o chão, e viu suas palavras jogadas na calçada — porque o universo estava querendo outra coisa naquela hora."



Às vezes por mais que você queira ajudar, o universo pede uma coisa diferente. E você fica com aquela sensação de que fez/falou/decidiu tudo errado... exatamente porque não era seu o papel de fazer/falar/decidir.

Ensinamento básico dado a qualquer iniciante no I-Ching: Nunca se deve desprezar a possibilidade de conter os estados de ânimo do seu próprio coração, de acordo com as circunstâncias é preciso saber se conter. É preciso saber se conter...

É tentar aprender.


[Copiei daqui]

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