28 de fev. de 2012

O cérebro de pessoas que bebem álcool se encolhe para proteger-se dos danos


As varreduras do cérebro de camundongos que receberam quantidades significativas de álcool mostraram que o cérebro se retrai em algumas regiões.
Mas o efeito só ocorreu em ratinhos sem um tipo particular de receptor de dopamina, um produto químico com um papel fundamental na fixação do humor. O estudo, realizado no Departamento Americano de Brookhaven, forneceu novas evidências de que esses receptores de dopamina, chamados de DRD2, podem desempenhar um papel protetor contra o álcool.
O co-autor do estudo, o neurocientista Peter Thanos, disse: “Este estudo mostra e nos ajuda a compreender melhor o papel da variabilidade genética no alcoolismo, induzindo danos cerebrais provocados pelo álcool em pessoas, apontando métodos de prevenção e estratégias de tratamento”.
  O estudo explorou especificamente como o consumo de álcool afeta o volume do cérebro – o cérebro como um todo, bem como suas partes – em camundongos normais e uma linhagem de camundongos que não possuíam o gene para os receptores de dopamina D2. Metade do grupo bebeu água comum, enquanto a outra metade bebeu uma solução de etanol a 20%, durante seis meses.
Em seguida, os cientistas realizaram exames de ressonância magnética em todos os ratos e compararam com imagens de pessoas que bebem álcool, bem como pessoas que não consomem bebidas alcoólicas.
Os exames mostraram que o consumo crônico de álcool induziu a deterioração cerebral de todo o cérebro, de modo significativo, encolhendo o córtex cerebral dos ratos que não continham os receptores de dopamina D2, mas não em ratos normais com níveis adequados de dopamina.
Este padrão de danos cerebrais imita um único aspecto da patologia cerebral observada em alcoólicos humanos, de modo que esta pesquisa estende-se a validação da utilização de ratos como base ou modelo para estudo do alcoolismo humano”, comentou Thanos.
Nos seres humanos, estas regiões são criticamente importantes para o processamento da voz, informações sensoriais, formação de memória de longo prazo, dentro outros. Portanto, esta pesquisa ajuda a explicar por que os danos do álcool podem ser difundidos e prejudiciais.
O fato de que os ratos que não continham receptores de dopamina D2 tiveram danos cerebrais, pode sugerir que a dopamina se comporte como protetora contra a atrofia cerebral em pessoas que se expõem ao álcool”, conclui Thanos.

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