25 de mai. de 2010

Brasileiros se preocupam com bem-estar dos próximos

Veja detalhes da pesquisa da ONU, que questionou aos brasileiros: "O que precisa mudar no país para sua vida melhorar?"

A ONU perguntou para os brasileiros: "O que precisa mudar no país para sua vida melhorar?". Meio milhão respondeu que são os valores. A partir desse retorno da população - que surpreendeu os pesquisadores - o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com o Ibope e com o programa de voluntários das Nações Unidas, foi a campo descobrir quais são esses valores, onde eles são formados e qual a relação dos valores com dois grandes desafios nacionais - educação e violência.
O resultado dessa pesquisa vai criar o Índice de Valor Humano (IVH). Somente França, Alemanha e México já fizeram levantamentos como esse.
A pesquisa Valores de Vida e Desenvolvimento Humano faz parte do segundo caderno do relatório de Desenvolvimento Humano Brasileiro 2009/2010. Os dados foram coletados, sob a responsabilidade do pnud, em uma parceria com o Instituto Paulo Montenegro/Ibope e o programa de voluntários das Nações Unidas. Foram contratados 39 voluntários de todas as partes do Brasil e dos mais variados meios acadêmicos para a pesquisa de campo.
O brasileiro deu maior nota e provou que preza mais o valor da benevolência e da solidariedade.
Quais são os valores dos brasileiros? Esses valores são diferentes para homens e para mulheres? Dependem da faixa etária, do nível de renda ou escolaridade? Mudam quando as pessoas passam a ter filhos? A pesquisa mostrou, por exemplo, que a benevolência é o principal valor para a população brasileira.
Para a ONU, benevolência significa preocupação com as pessoas próximas e envolve as noções de cooperação e de lealdade. Em segundo lugar no ranking está o universalismo - que traduz o conjunto de valores voltados para a preocupação com o todo, preocupação com oportunidades iguais para todos. Em seguida, aparece segurança, ou seja, o brasileiro deseja viver em paz e em um ambiente seguro. Em último lugar nesse ranking - na 10ª posição - vem o poder. O povo brasileiro não se percebe valorizando o domínio (poder) sobre os outros e acredita que a realização deve vir da competência - ele quer ser admirado pelo o que é capaz de fazer.
Outros dados da pesquisa reafirmam, agora com fundamento estatístico, impressões em torno do perfil do brasileiro: quando o assunto é abertura para mudança o regionalismo pesa. Os moradores do Centro-Oeste e do Nordeste, por exemplo, são mais conservadores. Também são mais conservadoras as pessoas que já têm filhos, principalmente as mães. O perfil conservador está diretamente relacionado ao nível de escolaridade e de renda - quanto maior o nível das pessoas, mais abertas a mudanças. Quando o foco são os jovens, as estatísticas mostram que a preocupação é mais com eles próprios, do que com as pessoas próximas e com o todo, sobretudo se esses jovens vêm de famílias mais abastadas.
Veja o ranking com os valores dos brasileiros
1. Bem-estar dos próximos (benevolência). Exemplo: honestidade - 8,8
2. Bem-estar de da humanidade e natureza (universalismo). Exemplo: justiça social - 8,5
3. Estabilidade social (segurança). Exemplo: segurança familiar - 8,3
4. Autonomia (autodeterminação). Exemplo: independência - 8,2
5. Tradição. Exemplo: cumprimento dos deveres - 8,1
6. Prazer (hedonismo). Exemplo: desfrutar a vida - 8,0
7. Êxito pessoal (realização). Exemplo: competência - 7,2
8. Conformidade. Exemplo: respeito - 6,5
9. Vida estimulante (estimulação). Exemplo: audácia - 6,1
10. Poder. Exemplo: autoridade - 6,3
Tendo, portanto, como base a média das notas que os respondentes da pesquisa atribuíram para si, pode-se dizer que os brasileiros se percebem valorizando em primeiro lugar o bem-estar das pessoas que são próximas, com quem convivem, e mantêm algum laço afetivo, acreditando que é importante ajudá-las.

Disponível em: Bom Dia Brasil


Edição do dia 25/05/2010

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