28 de set. de 2010

Médico fala sobre novas abordagens para avaliar as habilidades pessoais

Maurício Peixoto, especialista em processos de aprendizagem, participou do chat do Bom Dia Brasil.

Apesar de muitas pessoas terem curiosidade em medir a inteligência através de um teste de Q.I., o médico Maurício Peixoto, especialista em processos de aprendizagem, alerta que este é um método limitado. Aos internautas do Bom Dia Brasil, em um bate-papo realizado nesta terça-feira (28), ele explicou que alguém pode ter dificuldade em aprender matemática mas ter um grande talento para fazer música – habilidade que possivelmente não seria identificada por um teste. Peixoto falou ainda que um papel importante dos pais é identificar as aptidões da criança para ajudar a estimulá-las.
Confira abaixo alguns trechos da entrevista.
Teste de Q.I.
“Num primeiro aspecto, o que leva uma pessoa a fazer esse teste é a curiosidade. A inteligência é muito valorizada. Ser inteligente é bom. As pessoas querem mostrar que são inteligentes. Num aspecto técnico, se faz o teste quando você está avaliando alguma doença ou um comprometimento neurológico. Ou seja, questões ligadas à área médica. E tem um terceito aspeco mais ligado a um âmbito jurídico. Faz-se o teste para determinar, por exemplo, se o indivíduo é responsável ou não pelos seus próprios atos.”
Inteligência
“Todas as pessoas são mais inteligentes em alguns aspectos e menos inteligentes em outros. Dentro do processo de aprendizagem, me parece que o Q.I. não responde a uma série de demandas que temos nos dias de hoje. Trabalhamos com a noção de inteligências múltiplas. A inteligência, mais do que ser ‘muita’ ou ‘pouca’, é diferente. É qualitativamente diferente. Você tem pessoas realmente inteligentes na área musical e pouco inteligentes na área corporal, ou inteligentes no sentido lógico matemático mas que se expressam mal linguisticamente. Todos têm todos os tipos de inteligência, mas esses tipos se distribuem de forma diferente em cada pessoa. Você deve lembrar de algum amigo seu na escola que era muito estudioso e que você imaginava que se tornaria um grande profissional, e que no entanto não foi o que aconteceu. Isso porque as competências necessárias para o sucesso na escola não necessariamente são as mesmas para o sucesso na vida adulta.”
Identificar e estimular o talento da criança
“Você tem que ser observador. Procure conviver com a criança. Você precisa criar na sua casa experiências ricas. Não limite a criança. Ela gosta de explorar, sobe nos móveis, mexe com a colher e quer apertar todos os botões. Tem que cuidar dela, mas é preciso tomar cuidado para não limitá-la. Se a criança gosta de música, dê instrumentos musicais de brinquedo. Isso é legal. Agora, é importante notar também se ela não está com deficiência em outras áreas. Por exemplo, será que ela sabe falar direito? Tem que promover certo equilíbrio entre os aprendizados.”
Diferenças
“O que quero passar é a noção de que somos pessoas diferentes. O fato de não sermos iguais não significa que sejamos melhores ou piores que os outros. Uma outra pessoa possivelmente será melhor que você em determinado aspecto e vice-versa.”


[Fonte]

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