11 de set. de 2010

Porque os homens são poucos sensíveis e as mulheres o são em demasia? [Paulo Franklin]

É uma queixa antiga: os homens não estão nem aí para o sentimento das mulheres, e estas por sua vez choram até quando morre o cachorro da vizinha. Porque será que os homens são tão pouco (ou nem um pouco) sensíveis e as mulheres se derretem com facilidade? Responder esta questão não é fácil, mas vou tentar...
Sensibilidade pode ser definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir com ele. É o mesmo que compreender as dores de quem sofre e não ficar indiferente ao que ocorre a nossa volta. Em outras palavras, seria a facilidade de estar atento a tudo o que ocorre e jamais esconder aquilo que se sente. Vendo deste ângulo, até que é algo positivo, mas quem disse que os homens pensam assim?
Vejo que as mulheres cobram mais sensibilidade dos seus parceiros, mas ao mesmo tempo procuram um homem maduro. Como é possível ser sensível num mundo onde o machismo é imperante? Os homens que ainda carregam um pouco de sensibilidade têm até mesmo receio de torná-lo evidente. E quando as mulheres não compreendem isso a coisa complica.
Homem não é sensível porque foi educado para não demonstrar seus sentimentos. Mulher poder chorar, homem não. Mulher pode falar dos seus problemas, homem não. Mulher pode reclamar suas dores, homem não. Mulher pode ser quem ela é. Homem quase sempre precisa fingir ser aquilo que ele não é ou evitar ser aquilo que ele gostaria de ser.
A sensibilidade que a mulher traz é capaz de desconcertar o mundo. A dureza que o homem traz é o resultado de tantas mortes por problemas do coração. Bom seria se houvesse um equilíbrio de ambos os lados. Mulheres sensíveis por natureza, com o coração voltado para trazer a excelência no relacionamento e homens maduros o suficiente para tecerem um elogio a sua companheira, sem medo de ser mal interpretado por isso.
Talvez o maior desejo dos homens é que as mulheres sejam menos sensíveis, menos sonhadoras e mais “pé no chão”. As mulheres, por sua vez, talvez desejem que os homens sejam mais sensíveis, mais sonhadores e menos trogloditas.  É um sonho antigo de ambos os sexos, quase sempre impossível de ser concretizado por culpa de uma educação padronizada para homens e para mulheres.
Jesus não teve vergonha de chorar. Falou com o Pai sobre sua dor antes de ser pregado na cruz. Certamente deve ter valorizado a sensibilidade como um estandarte dos fortes, daqueles que não se deixaram consumir pelos padrões tidos como ideais em nossa sociedade. Não é fácil deixar de lado uma educação que nos moldou para sermos iguais, mas é possível reaprender um jeito novo de nos relacionarmos com as pessoas que nos cercam.

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