É  uma queixa antiga: os homens não estão nem aí para o sentimento das  mulheres, e estas por sua vez choram até quando morre o cachorro da  vizinha. Porque será que os homens são tão pouco (ou nem um pouco)  sensíveis e as mulheres se derretem com facilidade? Responder esta  questão não é fácil, mas vou tentar...
Sensibilidade  pode ser definida como a capacidade de se colocar no lugar do outro e  sentir com ele. É o mesmo que compreender as dores de quem sofre e não  ficar indiferente ao que ocorre a nossa volta. Em outras palavras, seria  a facilidade de estar atento a tudo o que ocorre e jamais esconder  aquilo que se sente. Vendo deste ângulo, até que é algo positivo, mas  quem disse que os homens pensam assim?
Vejo  que as mulheres cobram mais sensibilidade dos seus parceiros, mas ao  mesmo tempo procuram um homem maduro. Como é possível ser sensível num  mundo onde o machismo é imperante? Os homens que ainda carregam um pouco  de sensibilidade têm até mesmo receio de torná-lo evidente. E quando as  mulheres não compreendem isso a coisa complica.
Homem  não é sensível porque foi educado para não demonstrar seus sentimentos.  Mulher poder chorar, homem não. Mulher pode falar dos seus problemas,  homem não. Mulher pode reclamar suas dores, homem não. Mulher pode ser  quem ela é. Homem quase sempre precisa fingir ser aquilo que ele não é  ou evitar ser aquilo que ele gostaria de ser.
A  sensibilidade que a mulher traz é capaz de desconcertar o mundo. A  dureza que o homem traz é o resultado de tantas mortes por problemas do  coração. Bom seria se houvesse um equilíbrio de ambos os lados. Mulheres  sensíveis por natureza, com o coração voltado para trazer a excelência  no relacionamento e homens maduros o suficiente para tecerem um elogio a  sua companheira, sem medo de ser mal interpretado por isso.
Talvez  o maior desejo dos homens é que as mulheres sejam menos sensíveis,  menos sonhadoras e mais “pé no chão”. As mulheres, por sua vez, talvez  desejem que os homens sejam mais sensíveis, mais sonhadores e menos  trogloditas.  É um sonho antigo de ambos os sexos,  quase sempre impossível de ser concretizado por culpa de uma educação  padronizada para homens e para mulheres.
Jesus  não teve vergonha de chorar. Falou com o Pai sobre sua dor antes de ser  pregado na cruz. Certamente deve ter valorizado a sensibilidade como um  estandarte dos fortes, daqueles que não se deixaram consumir pelos  padrões tidos como ideais em nossa sociedade. Não é fácil deixar de lado  uma educação que nos moldou para sermos iguais, mas é possível  reaprender um jeito novo de nos relacionarmos com as pessoas que nos  cercam.

Nenhum comentário:
Postar um comentário